O COOPERATIVISMO E SUA CONTRIBUIÇÃO METODOLÓGICA PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Jácomo Norbiato Neto[1] e Wilington Antonio Giarola2
[1] Graduação em Educação Física da UNIPAR
[1] Mestre em Educação Física e docente do curso de Educação Física da UNIPAR
Introdução: A Educação Física no Brasil e suas tendências pedagógicas ainda é motivo de reflexões, discussões e contradições no âmbito escolar com o surgimento de novas abordagens pedagógicas que procuram se identificar como prioritária e adequada para legitimar e nortear a Educação Física como uma disciplina importante e significativa no processo educacional. Entre algumas destas tendências, destacamos a metodologia cooperativista, que visa à ação conjunta das pessoas que convivem em sociedade.
Objetivo: Verificar a interação e intervenção das tendências pedagógicas da Educação Física e focalizar o cooperativismo como uma proposta a ser trabalhada.
Desenvolvimento: Analisaremos neste tópico, as principais tendências que surgiram a partir da década de 80 para tentar combater o paradoxo tecnicista, onde Le Boulch (1980) destaca a importância da Psicomotricidade para a formação integral do educando. Depois temos a abordagem Desenvolvimentista de Tani (1988) privilegiando a aprendizagem e vivência do movimento para garantir o desenvolvimento das capacidades motoras sistematizadas. Surge o Construtivismo, onde Freire (1997) destaca o respeito pelo universo cultural e corporal dos alunos, considerando e explorando o seu conhecimento prévio para re-construir, conviver e interagir na sociedade. A Tendência Crítica Superadora, proposta pelo Coletivo de autores (1992) e Bracht (1992), ressalta que o aluno deve compreender, explicar, questionar e intervir criticamente através da cultura corporal do movimento no contexto histórico e social. Na proposta Critico Emancipadora de kunz (1994), Palafox e Nazari (2007), entendem que ocorre uma sistematização dos conteúdos da educação física para formar um sujeito capaz de analisar e criticar construtivamente para superar estes saberes e formar um novo patamar teórico. O cooperativismo para Broto (2000) propõe o desenvolvimento dos aspectos afetivo-social e cognitivo através dos jogos, demonstrando a importância de cooperar uns com os outros, de ajudar o próximo, do trabalho em grupo para alcançar os mesmos objetivos. Percebemos principalmente, uma preocupação destas propostas em priorizar a formação humana e considerar o aluno como sujeito e o professor como mediador no processo educativo.
Conclusão: É importante que ocorra uma pluralidade entre estas propostas pedagógicas para promover a Educação Física como uma disciplina importante e significativa no contexto escolar. Destacando que cada uma destas propostas tem uma participação importante, mas entendemos que o cooperativismo é imprescindível pelo fato de estimular a socialização, afetividade e o trabalho em grupo, uma vez que vivemos em uma sociedade, onde todos se interagem e para que isto ocorra, tem que existir a cooperação. Sendo importante considerar que esta proposta não propõe a exclusão das demais tendências pedagógicas, mas um diálogo entre elas para formar um todo articulado que possa atender as fases do desenvolvimento do educando durante sua vida escolar.
Referencias:
BRACHT, V. Educação Física e aprendizagem social. Porto Alegre: Magister, 1992.
BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: se o importante é competir, o fundamental é cooperar. São Paulo: CEPEUSP, 2000.
COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação física. São Paulo: Cortez, 1992.
FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da Educação Física. São Paulo: Scipione, 1997.
KUNZ, E. Transformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí: Unijuí, 1994.
LE BOULCH, J. A educação pelo movimento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1980.
PALAFOX, G. H. M.; NAZARI, J. Abordagens metodológicas do ensino da Educação Física. 2007. Disponível em: < https://www.efdeportes.com>. Acesso em: 15 set. 2009.
TANI, Go et. al. Educação física escolar: fundamentos de uma abordagem desenvolvimentista. São Paulo: EPU, 1988.